A Apresentação dos Irmãos de José a Faraó: Reconhecendo Nossa Identidade e Chamados.

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Texto Base: Gênesis 47:1-3
“Então veio José e anunciou a Faraó, e disse: Meu pai e os meus irmãos e as suas ovelhas, e as suas vacas, com tudo o que têm, são vindos da terra de Canaã, e eis que estão na terra de Gósen. E tomou uma parte de seus irmãos, a saber, cinco homens, e os pôs diante de Faraó. Então disse Faraó a seus irmãos: Qual é o vosso negócio? E eles disseram a Faraó: Teus servos são pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais.” (Gênesis 47:1-3)

Introdução

A história de José e seus irmãos é uma das narrativas mais profundas e impactantes das Escrituras. Desde a infância de José até sua ascensão como governador do Egito, a vida dele está repleta de lições de perdão, sabedoria, fé, e, especialmente, identidade. O episódio em Gênesis 47:1-3, onde José apresenta seus irmãos a Faraó, revela importantes lições que se aplicam diretamente à nossa caminhada cristã.

Neste momento da história, José, como governador do Egito, tem a oportunidade de apresentar sua família ao Faraó. Esse ato, aparentemente simples, contém lições valiosas sobre identidade, humildade, intercessão, e sabedoria. A maneira como José gerenciou a situação, como ele e seus irmãos se apresentaram diante da autoridade máxima do Egito, serve de exemplo para nós em nossas próprias interações com as autoridades e, mais importante ainda, com Deus.

O versículo-chave, “Então veio José e anunciou a Faraó…” (Gênesis 47:1), nos ensina que, assim como José tomou a iniciativa de apresentar sua família a Faraó, também somos chamados a tomar a iniciativa de apresentar nossa verdadeira identidade diante das autoridades humanas e divinas. Não devemos ter medo de ser quem somos e de reconhecer o chamado de Deus em nossas vidas.

Neste post, exploraremos o contexto histórico, os detalhes dessa apresentação e as lições que podemos aprender ao analisar essa história, refletindo sobre como reconhecer e viver nossa identidade de forma honesta e fiel, tanto diante de Deus quanto dos homens.

I. José Apresenta Sua Família a Faraó

José, agora governante do Egito, está em uma posição de grande poder e responsabilidade. Após muitos anos de sofrimento, traição e reconciliação, ele finalmente consegue reunir sua família. A fome que havia assolado a região de Canaã trouxe seus irmãos a José, que, em sua sabedoria e bondade, garantiu a sobrevivência deles no Egito. Agora, José tem a tarefa de apresentar sua família ao Faraó, e essa apresentação é mais do que uma simples formalidade. Ela está carregada de significado e lições espirituais.

A. Anúncio de José

Quando José anuncia a chegada de sua família a Faraó, ele não apenas os introduz como seus parentes, mas também descreve a situação deles: “Meu pai e os meus irmãos e as suas ovelhas, e as suas vacas, com tudo o que têm, são vindos da terra de Canaã, e eis que estão na terra de Gósen.” (Gênesis 47:1). José, agora uma figura poderosa no Egito, tinha a responsabilidade de garantir que sua família fosse bem recebida. Ele se apresenta como alguém que não apenas cuida de sua própria vida, mas também dos seus, intercedendo para que eles tivessem um lugar adequado para viver.

Essa declaração também destaca um ponto importante sobre identidade e propósito. A terra de Canaã, o local de origem dos irmãos de José, era marcada pela promessa de Deus a Abraão. Portanto, a chegada dos irmãos de José ao Egito não era apenas uma questão de necessidade prática; era também uma continuação do plano divino para a preservação do povo de Israel. Esse momento marca a transição de uma jornada difícil para um novo começo, onde Deus usaria José como um instrumento de salvação para sua família e para as nações.

B. A Escolha dos Irmãos

José escolhe cinco de seus irmãos para se apresentarem diante de Faraó. A escolha de cinco irmãos pode ter sido estratégica. Esses cinco homens seriam aqueles que mais representariam sua família e cumpririam a função de demonstrar a união e o caráter do povo de Israel diante do Faraó. Esse gesto de José nos ensina que é importante, em momentos significativos, saber quem escolher para representar nossa causa, nossa fé, ou até nossas ideias.

De maneira prática, isso também nos lembra da necessidade de discernimento. Quando precisamos nos apresentar ou fazer algo importante, devemos ser sábios na escolha dos momentos, das palavras e das pessoas que irão nos representar. No caso de José, ele sabia que sua escolha poderia impactar diretamente o futuro de sua família no Egito.

II. A Pergunta de Faraó e a Resposta dos Irmãos

Quando os irmãos de José se apresentam diante de Faraó, ele os recebe com uma pergunta direta: “Qual é o vosso negócio?” (Gênesis 47:3). Faraó, como líder do Egito, não apenas queria saber a ocupação deles, mas também queria entender o que poderiam oferecer ao país. A resposta dos irmãos de José é uma lição de humildade e honestidade. Eles dizem: “Teus servos são pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais.” (Gênesis 47:3).

A. A Pergunta de Faraó

A pergunta de Faraó, “Qual é o vosso negócio?”, é profunda. Faraó, sendo um governante egípcio, não estava acostumado com pastores de ovelhas, uma ocupação considerada desprezível e inferior pelos egípcios. Os pastores eram vistos como uma classe social distinta, que era separada dos egípcios. Com isso, a pergunta de Faraó busca entender mais sobre esses estrangeiros que chegavam ao Egito e qual seria o impacto de sua presença.

A indagação de Faraó nos lembra que, ao nos apresentarmos, seja diante de autoridades ou em qualquer outro contexto, devemos estar preparados para responder com clareza sobre quem somos e o que fazemos. Além disso, é essencial que nossa identidade e ocupação sejam compreendidas de maneira transparente, sem esconder o que realmente somos ou fazemos.

B. A Resposta dos Irmãos

A resposta dos irmãos é um modelo de humildade. Eles não tentam disfarçar sua ocupação nem se envergonham de ser pastores de ovelhas. Eles reconhecem sua herança e identidade com honestidade, dizendo: “Teus servos são pastores de ovelhas, tanto nós como nossos pais.” (Gênesis 47:3). Essa resposta mostra que os irmãos de José estavam seguros de quem eram e não se envergonhavam de sua ocupação. Mesmo que os egípcios desvalorizassem os pastores, eles estavam dispostos a se apresentar como eram, sem esconder sua origem ou identidade.

Isso nos ensina sobre a importância de sermos autênticos em nossa identidade e chamada, especialmente diante das autoridades e quando enfrentamos desafios. Assim como os irmãos de José não se envergonhavam do que faziam, devemos ser transparentes e confiantes sobre quem somos em Cristo, sem temer os julgamentos ou preconceitos da sociedade.

III. Lições e Aplicações

Este relato de José e seus irmãos apresenta várias lições profundas, que podem ser aplicadas diretamente à nossa vida cristã. As atitudes de José e seus irmãos em relação à sua identidade, ao seu propósito e à sua interação com Faraó oferecem grandes ensinamentos para a maneira como devemos viver nossa fé e nos relacionar com as autoridades e com Deus.

A. Reconhecendo Nossa Identidade

A primeira lição importante deste texto é sobre a necessidade de reconhecer nossa identidade. José e seus irmãos sabiam quem eram e o que faziam. Os irmãos de José não negaram sua identidade de pastores, apesar de os egípcios considerarem essa ocupação inferior. Eles estavam dispostos a ser honestos sobre quem eram, mesmo diante de uma autoridade tão grande como Faraó.

Da mesma forma, precisamos reconhecer e aceitar quem somos em Cristo. Somos filhos e filhas de Deus, chamados para uma missão específica no reino de Deus. O mundo pode tentar nos definir de outras maneiras, mas nossa verdadeira identidade está em Cristo. Em um mundo cheio de distrações e comparações, é fundamental que tenhamos clareza sobre nossa identidade espiritual e o que Deus nos chamou para fazer.

B. Humildade e Honestidade

A resposta dos irmãos de José também nos ensina a importância da humildade e da honestidade. Eles não tentaram se fazer passar por algo que não eram; simplesmente disseram a verdade. No momento de grande poder e influência de José no Egito, seus irmãos poderiam ter tentado mudar sua ocupação para algo mais prestigiado aos olhos dos egípcios, mas escolheram ser sinceros.

Isso é um reflexo da humildade cristã. Não devemos buscar reconhecimento humano ou tentar esconder quem somos para agradar os outros. Em vez disso, devemos viver de acordo com a verdade e a humildade que Deus espera de nós. Deus exalta aqueles que se humilham diante dele, e é assim que devemos nos apresentar ao mundo: com sinceridade e sem orgulho.

C. O Papel de Intercessores

José não apenas cuidou de sua própria vida, mas também intercedeu por sua família. Como governador do Egito, ele tinha poder e influência, e usou essa posição para garantir que sua família fosse bem recebida e tivesse um lugar seguro para viver em Gósen. José agiu como um intercessor, não apenas no sentido de orar, mas também no sentido de usar sua posição para proteger e prover para os outros.

Da mesma forma, somos chamados a ser intercessores em nossas próprias famílias, comunidades e até mesmo nação. Podemos usar a influência que Deus nos dá para abençoar os outros e para garantir que a vontade de Deus seja cumprida em nossas vidas e nas vidas daqueles que amamos.

Conclusão

O episódio em que José apresenta seus irmãos a Faraó é repleto de lições valiosas para a nossa vida cristã. Ele nos ensina sobre a importância de reconhecer e viver nossa identidade em Cristo, responder com humildade e honestidade às perguntas que nos são feitas e ser intercessores uns pelos outros.

José e seus irmãos foram exemplos de fé, sabedoria e coragem. Eles não se envergonharam de quem eram, nem esconderam seu chamado diante das autoridades. Ao fazerem isso, mostraram que, como povo de Deus, devemos viver com confiança, sabendo que nossa identidade em Cristo é nossa maior honra.

Que possamos seguir o exemplo de José e seus irmãos, sendo sempre autênticos, humildes e prontos para agir como intercessores, seja nas nossas famílias, comunidades ou até mesmo diante das autoridades. Ao fazermos isso, estaremos cumprindo nosso chamado de viver com integridade, refletindo a luz de Cristo para o mundo ao nosso redor.

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